segunda-feira, outubro 20

32º Mostra Internacional de Cinema 17-30 out.


Maior e mais importante festival de cinema do país, a Mostra Internacional de Cinema, chega à sua trigésima-segunda edição. Fiel à sua vocação de contemplar a diversidade cinematográfica e revelar novos talentos, a programação de filmes da Mostra oferece ao público uma seleção do melhor da produção cinematográfica mundial recente e uma série de retrospectivas históricas. No ano em que Ingmar Bergman completaria 90 anos, a Mostra homenageia o cineasta com uma retrospectiva de filmes raros do início de sua carreira, como "Crise", "Prisão", "Rumo à Alegria" e "A Hora do Lobo", exibidos em cópias novas produzidas sob supervisão do Instituto Sueco. Outro homenageado da Mostra é o cineasta japonês Kihachi Okamoto (1924-2005), um dos pioneiros do novo cinema japonês, já comparado a Samuel Fuller, cuja obra influenciou definitivamente cineastas como Quentin Tarantino e Jim Jarmusch.

Entre os filmes apresentados na Mostra, estão Across The Universe, filme que já foi apresentado nas salas de cinema da cidade, todavia não teve muita repercusão. Um dos motivos, talvez, seja o fato de ser um musical dramático. Um dos filmes mais esperados da mostra é Che, que trás do famigerado Benicio Del Toro no papel principal, sendo comandado por Steven Soderberg.

Agora em versão restaurada pelas mãos do especialista Robert A. Harris — responsável pelo mesmo trabalho nos filmes Vertigo, de Alfred Hitchcock e Laurence da Arábia, de David Lean - The Godfather de 1972 também será exibido na Mostra.

A Mostra Internacional deste ano, se difere muito à de 2007, por apresentar uma grande quantidade de filmes veteranos das telonas, como é o caso do citado acima, de Coppola, além dos filmes de Bergman.

O ano de 2008 foi excepcional para o cinema brasileiro. A sua diversidade teve reconhecimento mundial e o Brasil foi país convidado em diversos festivais internacionais de cinema ao longo do ano. Isso ajudou muito na Mostra deste ano. No Festival de Berlim, o Urso de Ouro ficou com Tropa de Elite, de José Padilha. Em Cannes, Fernando Meirelles abriu o festival com o poderoso Ensaio Sobre a Cegueira, co-produção do Brasil com o Canadá; e a dupla Daniela Thomas e Walter Salles fechou Cannes com a vitória de Linha de Passe e o prêmio de melhor atriz para Sandra Corveloni.

Há muito tempo nosso país não era tão premiado desta forma. Ainda em Veneza, foi uma co-produção Brasil-Itália, Terra Vermelha, de Marco Bechis, quem melhor revelou a contribuição do olhar estrangeiro para o nosso próprio entendimento. O filme ítalo-brasileiro inaugura a 32ª Mostra Internacional de Cinema.E São Paulo é cenário perfeito para todos estes encontros culturais.

É por essas e outras que esta seleção anual de filmes da maior abrangência e de intensas inquietudes. Cinema para abrir os olhos e apaziguar os espíritos. De tolerância e de inconformismo. Da diversidade, como bem prega agora o cinema brasileiro que nos projeta a um mundo pleno de curiosidade.


Juliana Torres

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